Balneário Camboriú vai contra padrão regional e tem mais apartamentos do que casas

O cenário ao chegar em Balneário Camboriú comprova os dados divulgados pelo Censo 2022, que afirma que a cidade litorânea possui 63,35% dos domicílios do tipo apartamento e 35,64% do tipo casa.

O número demonstra uma diferença quando comparado com outras cidades da região do Vale, como Itajaí, que possui 30,7% de domicílios do tipo apartamento e 68,02% do tipo casa. A cidade vizinha, Camboriú, também segue o padrão regional, com 27,21% de apartamentos e 71,77% de casas.

Quando compara Balneário Camboriú com o estado o valor também apresenta variação. Capital de Santa Catarina, Florianópolis possui 44,85% dos domicílios do tipo apartamento e 54,87% do tipo casa.

LEIA MAIS NO PORTAL MENINA: circuito Mundial de Beach Tennis tem como sede pela terceira vez Balneário Camboriú

Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina, professor Carlos Barbosa, são dois os principais motivos para o aumento no número de apartamentos na cidade.

O primeiro por Balneário Camboriú ser o menor município, em território, de Santa Catarina. De acordo com o professor, é necessário que haja o adensamento de lotes na cidade devido ao baixo território habitável.

“Como a gente tem um território pequeno, temos que construir prédios para mais famílias poderem morar no mesmo lote. Diferente de outras cidades que são espairadas, como Florianópolis e Joinville, onde se tem muitos lotes e as pessoas ainda preferem morar em casas”, explica o professor.

O segundo motivo diz a respeito de Balneário Camboriú ser uma cidade litorânea, em que as pessoas desejam morar próximo à praia. “A Praia Central tem oito quilômetros mais ou menos de extensão e as pessoas querem morar perto da praia, fazendo com que o adensamento se torne ainda mais forte”.

Barbosa ainda garante que o aumento no número de apartamentos em Balneário Camboriú leva aos moradores mais conforto, quando se fala em serviços, como mercados e farmácias, que estão localizados próximo às residências. Entretanto, para ele, também há pontos negativos.

“Em Balneário temos um problema diferente. A malha viária, tirando as novas, como a Martin Luther, são da década de 70, quando Balneário era apenas um Balneário, só tinha casa de praia”.

De acordo com ele, esse problema acarreta na falta de mobilidade da cidade em horários considerados de maior movimentação. Outro problema mencionado pelo professor é que quando se constrói prédios altos em lotes relativamente pequenos, alguns impactos ambientais são gerados.

“Cria-se corredores de vento e alguns apartamentos não pegam sol nunca, pois os que ficam ao lado são muito mais altos. Isso também não é algo bom. Pode levar a uma má qualidade de vida e insalubridade em alguns pontos da cidade”.

Revisão do plano diretor

O plano diretor de Balneário Camboriú, que está sendo revisto, não previa um limite para a altura dos prédios na cidade. Com o passar dos anos, alguns bairros foram tendo limitações, como é o caso do bairro das Nações, que tem, segundo Barbosa, um limite atual de aproximadamente 12 andares.

“Com a revisão do plano diretor, estão tentando organizar a cidade para se ter várias alturas e evitar uma série de problemas”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Resize text-+=