Polícia investiga possíveis autores de incêndio na Serra do Tabuleiro, em Palhoça

Parque da Serra do Tabuleiro, atingido por incêndio, é a maior unidade de conservação de Santa Catarina

O incêndio que atingiu 200 hectares de mata em Palhoça, o equivalente a 185 campos de futebol, é investigado pela Polícia Civil e possui “fortes indícios” de ter sido criminoso. É o que acredita o coordenador do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, onde se concentrou o fogo, Marcos Maes.

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Segundo ele, que também é biólogo do IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), o incêndio pode ter relação com o trabalho de preservação realizado pelo parque, considerado hoje a maior unidade de conservação do Estado.

“Estamos trabalhando diretamente com a Polícia Civil para fazer a investigação desses elementos e encontrar quem tenha realizado. Acreditamos fortemente que seja um incêndio criminoso”, afirmou o biólogo ao ND+.

Em nota, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Palhoça e da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, comunicou que está atuando no caso para apurar a causa do incêndio e quem foram os possíveis autores.

Força do incêndio

As chamas no parque iniciaram na tarde de segunda-feira (25) e se estenderam até a manhã desta terça-feira (26), quando foram controladas pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. A ação se estendeu por mais de 21 horas e mobilizou 31 militares, quatro caminhões, três viaturas, além de duas aeronaves

Esse não foi o primeiro incêndio do ano no parque. No início deste mês, um foco consumiu cerca de 150 hectares de área. Em abril, um outro episódio causou a destruição do equivalente a 90 campos de futebol.

Represália e relação com espécie invasora

“Temos observado um padrão entre esses episódios. Há fortes indícios de que seria uma represália em relação às ações que o parque vem realizando de recuperação ambiental dessas áreas, principalmente com retirada de espécie exótica invasora do Pinus por grupos que têm interesse econômico que essa espécie continue ali”, explicou Maes.

Ações de enfrentamento

De acordo com o biólogo, a Polícia Militar Ambiental, em conjunto com o IMA, está realizando rondas na região para evitar novos episódios. “Estamos reforçando as ações agora para o fim do ano, porque a gente acredita que eles aproveitaram um momento de vulnerabilidade para executar as ações”, disse.

O Instituto também estuda a instalação de hidrantes no parque, assim como torres de observação e câmeras de monitoramento. “Além disso, a gente têm as ações de retirada do Pinus, que vão permanecer. Temos diversos projetos de restauração, de retirada do Pinus e plantio de mudas nativas para mais de 200 hectares”, informou.

Governador sobrevoa área atingida

O governador Jorginho Mello sobrevoou nesta terça-feira (26) a área atingida pelo incêndio.

Sobre o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, maior unidade de conservação de proteção integral do Estado, foi criado em 1975, com o objetivo de proteger a biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado.

A unidade é administrada pelo IMA, com o apoio do Governo do Estado. O parque ocupa cerca de 1% do território catarinense e abrange áreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes.

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