Filho que deixou mãe em estado vegetativo por agressão é condenado

Um homem de 21 anos foi condenado a 22 anos e oito meses de prisão por agredir brutalmente a própria mãe e deixá-la em estado vegetativo irreversível, em Brusque, no Vale do Itajaí. O crime aconteceu em maio do ano passado, dentro da casa onde ele morava com a vítima, a companheira e o filho do casal.

A decisão saiu nesta sexta-feira (14), durante julgamento no Tribunal do Júri de Brusque. O condenado continuará no Presídio Regional da cidade, cumprindo pena em regime fechado. O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e o cometimento do crime para assegurar a impunidade em outro delito.

Filho que deixou mãe em estado vegetativo por agressão é condenado
Foto: Arquivo / Redes Sociais

Crime chocou pela violência

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), as agressões aconteceram em dois dias seguidos. Na noite de 16 de maio, o agressor iniciou uma discussão com a companheira. Ao ouvir os gritos, a mãe interveio e acabou atingida por um soco, desmaiando em seguida.

No dia seguinte, após nova briga, a vítima anunciou que pediria ajuda. O filho então a atacou, puxando-a pelo pescoço e esganando-a. Quando a mãe caiu, ele desferiu vários chutes na cabeça dela. Conforme o laudo médico e o exame pericial, a mulher sofreu traumatismo craniano, apresentava marcas de mordidas pelo corpo e ficou em estado vegetativo permanente.

Motivo torpe e tentativa de impedir denúncia

O MPSC sustentou em plenário que o réu agiu com crueldade e motivo torpe. Ele quis impedir que a mãe denunciasse as agressões cometidas contra a companheira e contra ela própria. Além disso, os promotores destacaram que a vítima foi atacada de surpresa e não teve chance de defesa.

Mesmo após impedir que a mãe saísse de casa, o agressor continuou desferindo chutes em sua cabeça, deixando-a convulsionando no chão. Somente depois que a nora gritou por socorro, vizinhos conseguiram levá-la ao hospital. Apesar do atendimento médico, as lesões cerebrais foram irreversíveis, e atualmente a mulher vive acamada, sob os cuidados de uma irmã, em estado vegetativo.

Condenação exemplar

A Promotora de Justiça Louise Schneider Lersch, responsável pela acusação, destacou a gravidade do crime e a frieza do réu. Segundo ela, as provas coletadas deixaram clara a intenção de matar, evidenciada pela brutalidade das agressões.

Durante a sentença, a Justiça determinou o início imediato do cumprimento da pena em regime fechado e negou ao condenado o direito de recorrer em liberdade. A Justiça também condenou o réu ao pagamento das custas processuais.

Violência doméstica em foco

Este caso reforça a importância da denúncia e do combate à violência doméstica, especialmente contra mulheres em situação de vulnerabilidade dentro do próprio lar. O caso reforça a importância de denunciar e combater a violência doméstica, especialmente contra mulheres em situação de vulnerabilidade dentro do próprio lar. Diante de agressões ou suspeitas, a população deve acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou procurar atendimento na rede especializada de apoio às vítimas.

Fonte: Guararemanews

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