Tempo de espera na UPA 24h de Porto Belo gera indignação entre moradores
O atendimento na UPA 24 horas de Porto Belo tem sido alvo constante de comentários nas redes sociais. Desde sua inauguração, o número de atendimentos aumentou consideravelmente. Com uma estrutura moderna, equipamentos de qualidade e instalações elogiadas, a unidade oferece um ambiente propício ao atendimento de urgência. No entanto, a principal queixa da população é sobre o tempo de espera para ser atendido.
Mesmo com o fim do verão — período de maior movimento na cidade — o problema persiste. Moradores relatam esperas que variam de quatro a cinco horas, o que tem levado muitos pacientes a desistirem do atendimento. A insatisfação é geral, especialmente entre os que buscam atendimento com dor ou em situações emergenciais.
O assunto já foi pauta entre vereadores e mencionado pelo prefeito em declarações públicas. Porém, para os usuários do sistema, o que realmente importa é ser atendido com agilidade e respeito, sobretudo quando há sofrimento físico envolvido.
Um relato que ganhou destaque nos últimos dias foi o de J., mãe de uma criança com autismo nível 3 de suporte. Ela compartilhou sua experiência ao procurar a UPA no dia 07 de maio de 2025, após seu filho engasgar com uma bolinha de gude:
“Cheguei com meu filho por volta das 17h30. Ele é não verbal e apontava para a garganta com dor. Mesmo em uma situação tão delicada, demoraram mais de uma hora e meia para atendê-lo. Depois disso, mais tempo para fazer o raio-X e mais de duas horas para me dar um retorno. Saí de lá às 23h30 ou mais, apenas com um laxante. Uma criança autista não consegue esperar nem 15 minutos, quem dirá tantas horas. Foi revoltante.”
A situação levanta um alerta para a necessidade de revisão dos protocolos de triagem e fluxo interno, especialmente em casos envolvendo pacientes com necessidades especiais.
A população aguarda por medidas concretas que possam amenizar o problema. O que está em jogo é a dignidade e o bem-estar dos cidadãos que recorrem ao sistema público de saúde em momentos de vulnerabilidade.
Outras mães se manifestaram:
“Eu mãe de um menino autista nível 3 de suporte estive na upa no dia 07/05/2025 as 17:30 da tarde. Meu filho se deitou e se engasgou com uma bolinha de gude , fiz as manobras em casa apavorada por que estava na garganta e desceu, ele é não verbal e só colocava a mãozinha na garganta indicando dor. Aí chegando lá na upa demoraram mais de 1 hora e meia para atender ele. Mais um tempo para o rx e depois mais de 2 horas pra me dar um retorno. Uma criança autista não aguenta esperar as vezes 15 minutos em uma fila. Me senti revoltada com a demora. Saímos de lá umas 23:30 ou mais da noite. Somente com um laxante.” (j.)
“Meu filho tb é autista, fui na UPA ontem tb, realmente estava bem cheio, além de nós moradores da cidade, observei pessoas que são da cidade vizinha, conhecidos, onde buscam atendimento aqui pq la esta cada vez pior, por isso está aumentando cada dia mais. Mas sobre nossos filhos autistas, eu até que fui atendida “rápida” do momento que cheguei até a finalização (exame de urina) levaram em torno de 2 horas, mas. .. bati o pé, avisei que meu filho tinha atendimento prioritário, autista, com sensibilidade auditiva, e confesso que fui bem atendida. Demorei 1 hs aguardando o exame ficar pronto, mas no mais não tenho o que reclamar. Mas tudo depende do profissional que lhe atende.” (L.)
“Isso do tempo de espera de um paciente para outro, é uma verdade. Já cheguei lá na upa, onde só se tinha cerca de 6 pacientes aguardando o médico chamar, e a demora era absurda. Quando um entrou na sala, passou-se cerca de mais de 30 minutos para o outro ser chamado. Não posso negar que também já cheguei lá e já fomos atendidos bem rápido. Mas infelizmente acontece dessas coisas.”. (T.)
“O pessoal tem que entender que a upa não postinho de saúde. É urgência e emergência. Como já foi falado que ali na segunda feira tem gente ali só pra pegar atestado”. (A.P.)
