Mãe de catarinense morta no Líbano chega ao Brasil e deve vir para Balneário Camboriú
Ikram Yassine, mãe da catarinense morta no Líbano, chega com os filhos pelo avião da FAB e está em São Paulo com familiares
A libanesa Ikram Yassine, mãe da catarinense morta no Líbano, chegou ao Brasil neste domingo (06) com seus três filhos. O avião das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) foi quem os trouxe junto com brasileiros repatriados.
Jacqueline, prima de Mirna Raid Nasser, adolescente morta, confirmou a chegada e disse que ela está em São Paulo com alguns parentes. A libanesa ainda teria planos de vir para Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina.
Ikram pediu para ser incluída no voo de resgate, assim como os filhos, que são menores de idade. A aeronave partiu do Rio de Janeiro na última quarta-feira (3) e chegou no último domingo.
Adolescente catarinense é morta no Líbano
Mirna, de 16 anos, foi morta em um ataque no último dia 23 de setembro com o pai, Raef Hussein Nassser, de 44 anos, ela nasceu em Balneário Camboriú.
Ikram teve a casa destruída e, no último dia 26 de setembro, a morte do marido e da filha foram confirmadas.
“Estou sozinha, sem um homem, sem filha grande para me ajudar, então quero ir embora para o Brasil, para ficar com meu cunhado, ele vai me ajudar”, desabafou a mãe de Mirna.
Mãe de catarinense morta no Líbano quer recomeçar a vida em Balneário Camboriú
Jacqueline contou que Ikram quer recomeçar a vida no Litoral Norte catarinense, com o apoio do cunhado, irmã e família, até cessar a guerra no Líbano.
“Estamos espalhados pelo Brasil, temos parentes em diversos Estados. Ela quer ficar aqui até a guerra acabar e retornar ao Líbano”, explicou.
Como foi o ataque que vitimou a catarinense
Mirna Raid Nasser saiu do Brasil ainda criança e morava no Líbano desde então. Os detalhes sobre o bombardeio que acabou na morte dela e do pai foram relatados com exclusividade ao ND Mais pela prima de Mirna, Jacqueline Nasser, que mora no Brasil.
De acordo com Jacqueline, o pai da jovem havia enviado a mulher e os filhos mais novos para a casa dos avós em razão do perigo que estavam vivendo. Ele e Mirna, então, foram para casa buscar pertences quando o bombardeio aconteceu.
“Acordamos com as notícias que estavam bombardeando, já tinham pessoas que tinham morrido na minha cidade. Entre 12h e 13h recebemos a notícia do bombardeio da casa do meu tio. Eles estavam na casa arrumando as coisas para poderem sair da cidade”, disse.
Após esperarem o dia inteiro por novidades, Jacqueline recebeu a notícia que o pior havia ocorrido: a prima e o tio haviam morrido no ataque.
“Ficaram embaixo da casa bombardeada até o outro dia. Quando os bombardeios acalmaram um pouco, tiraram eles de lá mortos”, lamenta Jacqueline.
Segundo Jacqueline, Mirna tinha orgulho de ser brasileira. Ela era a única dos quatro irmãos nascida no Brasil. “Acho que o que mais animou ela de ser brasileira foi na copa. Ela gravava vídeos torcendo para o Brasil”, lembra a prima.