Custo Brasil deixa mais enxuta próxima temporada de cruzeiros
Redução no número de navios pode impactar em 10% a 12% o volume de passageiros
A próxima temporada de cruzeiros no Brasil, que começa em novembro, deve ser mais enxuta. Apesar dos bons resultados do último verão, quando foi registrado recorde de passageiros no país, as companhias confirmaram, até agora, oito navios na costa brasileira – um a menos do que na temporada 2023-2024.
Em Santa Catarina são três destinos fixos – Balneário Camboriú, Porto Belo e Itajaí, que também é o único porto de embarque desembarque no Sul do Brasil. Na semana passada, a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia/Abremar) avaliou com os operadores e os órgãos intervenientes a última temporada em SC – que foi considerada um sucesso.
A redução no número de navios, no entanto, pode impactar em 10% a 12% o volume de passageiros segundo Marco Ferraz, presidente da Clia/Abremar.
– Esses números ainda estão sujeitos a alterações, a mudanças de itinerário. Mas, por enquanto, teremos um navio a menos. As empresas têm problemas com o custo no Brasil e na América do Sul, que é muito elevado – diz.
Em comparação com países da Europa, Ásia e Caribe, o custo de operação dos cruzeiros nos países sulamericanos, como Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Equador, chega a ser 50% mais alto. Nessa estimativa estão taxas portuárias, impostos, visto de trabalho para a tripulação e provisões – alimentos e bebidas que estarão a bordo.
As empresas de cruzeiros estão em diálogo com o Ministério do Turismo, Ministério dos Portos e Aroportos e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em buca de condições mais atrativas de operação.
– Mais volume também pode reduzir custos. Nós gostaríamos de ter navios de cruzeiro o ano inteiro no Brasil, mas para isso precisamos ser competitivos, precisamos ter demanda – avalia Ferraz.