Balneário Camboriú é a cidade mais ‘apertada’ de SC
Cidade é uma das mais adensadas do Brasil; professor de Relações Internacionais explicou o fenômeno que ocorre em Balneário Camboriú
Mais de três mil pessoas por km². Essa é a taxa de densidade demográfica de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, que faz com que a cidade seja número 1 do Estado no ranking. No Brasil, a cidade dos arranha-céus está em 41º lugar.
Os números são do último censo demográfico, feito em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que, a segunda menor cidade de Santa Catarina em área de unidade territorial também é a que tem mais habitantes em um pequeno espaço.
É possível que Balneário Camboriú cresça mais?
É sabido que as pessoas da região estão começando a se deslocar para cidades ao redor em busca de locais maiores e com melhor custo-benefício. Mesmo assim, o especialista aponta que ainda é possível que a população em Balneário Camboriú cresça.
“Dado que a maior parte da verticalização de Balneário Camboriú ainda se concentra nas avenidas Atlântica e Brasil, há sim espaço para que o número de habitantes seja ainda maior. No entanto, como o apelo destas regiões é menor e já há relativa saturação das áreas mais consolidadas, o ritmo de crescimento demográfico em Balneário Camboriú tende a ser bem menor do que foi nas últimas décadas”, explica o professor.
“Prova disso é o efeito de transbordamento representado pelo aquecimento do mercado imobiliário nas vizinhas Itapema, Porto-Belo, Bombinhas, Itajaí, Navegantes, Balneário Piçarras, Penha e Barra Velha. Percebendo o movimento em direção às cidades vizinhas é que o município de Balneário Camboriú tem apostado em equipamentos públicos de turismo que mantenham a cidade destacada”, continua.
Destruir para construir
No último mês, o ND Mais noticiou a demolição de um prédio na Avenida Atlântica para a construção de outro maior.
Na ocasião, o portal lembrou que a alta densidade demográfica nas áreas mais nobres da cidade poderia ser incentivo para que construtoras apontassem em novos empreendimentos – mesmo que, para isso, haja mais demolições.
“Esta é uma alternativa que pode ser utilizada mais vezes e em outras oportunidades. A própria obra de alargamento da faixa de areia está na direção de aumentar as possibilidades de utilização de uma espécie de renda da terra associada à paisagem, que pode ser aprofundada com a demolição de prédios antigos que deem lugar a construções mais novas e mais altas”, diz Daniel.