Prédio frente ao mar de 19 andares será demolido em Balneário Camboriú
Após ser demolido, prédio dará lugar a novo empreendimento de luxo
A paisagem da orla da Praia Central de Balneário Camboriú está prestes a mudar. Além das obras de reurbanização que ocorrem em um trecho da Barra Sul, outra novidade garantirá mudanças no cenário local: um prédio de frente para o mar será demolido.
O edifício Ivo Agostinho Rovena, localizado no número 5382 de um dos endereços mais caros do Brasil, a Avenida Atlântica, dará lugar a um empreendimento de luxo. O prédio fica bem em frente ao canteiro de obras da nova orla da Praia Central.
A construtora Embraed, por meio de assessoria, confirmou ao ND Mais que adquiriu todas as unidades do prédio para um novo projeto, porém ainda não há informações oficiais sobre quando será feita a demolição do edifício ou de como será o empreendimento que substituirá a paisagem do local.
Outros locais que já foram demolidos
O ND Mais conversou com o corretor imobiliário Bruno Cassola, que trabalha no mercado de Balneário Camboriú. Bruno lembra que não é a primeira vez que algo do tipo acontece na cidade.
Um dos exemplos mais famosos é o do Hotel Fischer, que coincidentemente ficava próximo ao edifício Ivo Rovena. Hoje, no terreno onde já foi o endereço do hotel de luxo mais antigo da cidade, se ergue outro empreendimento de alto padrão.
Recentemente, a última casinha de madeira localizada na avenida também foi posta abaixo para dar lugar a um prédio. Construída na década de 50, foi vendida em 1973 para a família que, até alguns meses atrás, era proprietária da residência.
“Balneário Camboriú já tinha demolido hotéis, como o San Remo na Barra Norte, que deu lugar para o Edifício Império da FG; e o Hotel Vila do Mar na rua 1900, que deu lugar ao Titânio da FG”, diz o corretor.
Bruno complementa que, para a venda de um prédio residencial inteiro, é necessário que todos os proprietários concordem com a aquisição da construtora, gerando investimentos acima do valor do imóvel, visando o retorno futuro.
“Quem vende um imóvel para uma construtora num estágio como este, chega a faturar duas, três vezes mais do que valia esse apartamento no mercado se fosse em outro local. Então a construtora acaba fazendo algum ajuste de conta, pagando um pouco mais do que valeria esse apartamento, mas, em troca, ela vai ter a matéria-prima mais rara aqui da cidade, um terreno beira-mar”, explica.
Sem espaço para mais prédios?
Conhecida por ser a cidade mais adensada de Santa Catarina (3.077,70 habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com o Censo 2022), Balneário Camboriú possui, em seus endereços mais valorizados, uma alta escala de construções em andamento.
Contudo, as demolições derrubam, além de edifícios, a crença de que não há mais espaço na área central da cidade.
“Agora, abriu-se um precedente com o aquecimento do mercado imobiliário de alto padrão, com essa busca aquecida por imóveis frente-mar, a gente vê um cenário bem agressivo de aquisições de prédios menores. Vemos que o céu é o limite”, entende o corretor.
“Em Balneário Camboriú a única alternativa para a gente ter novos e grandiosos e importantes empreendimentos é com a demolição de edifícios, hotéis de comércio, restaurantes, beira-mar. Há uma tendência que essa curva, nessa altura, possa ser ainda maior nos próximos anos, e isso vem cada vez agregar valor no mercado imobiliário”, finaliza.