Motorista de carro de luxo é condenado a 8 anos de prisão por acidente que matou 2 jovens em SC

Ele responde ao processo em liberdade. Segundo ação penal, ele estava bêbado, invadiu contramão e bateu em carro onde estavam 5 mulheres em 2019 em Gaspar, no Vale do Itajaí.

Evanio Wylyan Prestini, de 37 anos, foi condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de prisão em júri popular por causar o acidente que matou Suelen Hedler da Silveira, de 21 anos, e Amanda Grabner Zimmermann, de 18 anos, em 2019 em Gaspar, no Vale do Itajaí, Santa Catarina.

De acordo com a sentença, o réu estava bêbado no momento do acidente e dirigia um carro Jaguar quando invadiu a pista contrária e bateu no veículo Palio onde estavam cinco jovens. Três delas sobreviveram.

Um vídeo mostrou Prestini dirigindo em zigue-zague pela BR-470 minutos antes do acidente (assista acima). “Em princípio, não haverá recurso. Nós estamos conformados com a situação porque foi tudo mais ou menos proporcional”, declarou Jose Manoel Soar, advogado do réu, após a sentença.

Prestini foi condenado por dois homicídios com dolo eventual e três lesões corporais, uma delas grave, com dolo eventual e embriaguez ao volante, informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que fez a acusação contra ele.

O motorista também teve o direito de dirigir suspenso por dois anos e seis meses. Foram 16 horas de julgamento.

O réu chegou a ser preso em flagrante em 23 de fevereiro de 2019, dia do acidente. Ele teve a prisão convertida, mas foi solto em 26 de julho de 2019, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde então, responde ao processo em liberdade.

O promotor de Justiça Ricardo Paladino explicou a situação após o júri. “São decisões reiteradas nos tribunais superiores que dizem que, se o réu respondeu ao processo em liberdade e cumpriu, neste período, todas as condições fixadas pelo juiz, ele tem o direito também de recorrer em liberdade”.

Mesmo sendo condenado à prisão, o motorista não foi preso após o julgamento por causa de normas do Código de Processo Penal. A regra diz que somente em casos de penas iguais ou superiores a 15 anos o réu deve ser imediatamente levado ao sistema prisional.

Júri

 

Durante o júri popular, foram ouvidas as três jovens que sobreviveram ao acidente, duas testemunhas da defesa do motorista e o próprio réu.

A condutora do Palio atingido pelo Jaguar disse que saiu de Itajaí, cidade a cerca de 40 quilômetros de Gaspar, com as amigas por volta das 5h. Como era a motorista, não havia ingerido bebida alcoólica, o que foi comprovado no teste do bafômetro feito logo após o acidente.

Jaguar envolvido em acidente que matou duas jovens na BR-470 em Gaspar. — Foto:  Bombeiros/ Divulgação

Jaguar envolvido em acidente que matou duas jovens na BR-470 em Gaspar. — Foto: Bombeiros/ Divulgação

As outras duas sobreviventes também prestaram depoimento. Uma delas teve lesões graves e precisou de um ano para se recuperar.

O promotor de Justiça Augusto Zanelato Júnior apresentou um vídeo que mostra a trajetória do réu, saindo de um bar em Rio do Sul, a cerca de 110 quilômetros de Gaspar, embriagado, além de vídeos de pessoas que transitavam na BR-470 e testemunharam o carro dele transitando em zigue-zague.

Acidente

 

O acidente aconteceu em 23 de fevereiro de 2019, um sábado. De acordo com a denúncia do MPSC, Evanio Prestini dirigia bêbado o Jaguar pela BR-470, vindo de Rio do Sul em direção ao litoral de Santa Catarina.

Ele transitava a mais de 100 quilômetros por hora, realizando manobras perigosas e ultrapassagens arriscadas, fazendo zigue-zague pela rodovia. Ora invadia a pista contrária, ora o acostamento.

Palio atingido por Jaguar. Cinco jovens estavam no carro, duas morreram — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Palio atingido por Jaguar. Cinco jovens estavam no carro, duas morreram — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Por volta das 6h, no km 43 da BR-470, ele invadiu a pista contrária e bateu no Palio. Suelen morreu no local. Amanda chegou a ser levada ao hospital, mas morreu no fim da manhã.

As jovens que estavam na Palio voltavam de Itajaí para Blumenau, um trajeto de cerca de 60 quilômetros.

 

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