Maior projeto contra enchentes do Brasil fica em SC e aproveita curso natural da água

Empreendimento em uma área de 4,3 milhões de m² conta com o maior projeto de macrodrenagem do Brasil, estrutura fundamental para evitar enchentes

O maior projeto de macrodrenagem do Brasil, focado na diminuição de chances de enchentes, está em Santa Catarina e será aplicado no empreendimento Reserva Royal em uma área de 4,3 milhões de m², localizada entre Tijucas e Porto Belo no Litoral Norte do Estado.

O projeto foi elaborado pela Geasa Engenharia, empresa especializada em manejo de águas, que foi contratada pela Verde & Azul Urbanismo.

O projeto de macrodrenagem preserva o caminho da água, utilizando um conceito chamado “soluções baseadas na natureza”, deixando a água passar por onde já passava e ocupando outros locais do futuro empreendimento.

“É um projeto que vai trazer muita água superficial, passando por jardins, para só depois fazer a tradicional drenagem”, adianta a diretora da Geasa Engenharia, Beatriz Codas, mestre em Saneamento e especialista em Infraestrutura Verde aplicada ao manejo de água da chuva.

Imagem em 3D mostra por onde água deve passar de forma naturalProjeto de macrodrenagem privilegia curso natural da água – Foto: Reprodução/ND

Estratégias de macrodrenagem são fundamentais para evitar enchentes

O projeto conta com diversas estratégias ao longo de todo o desenho urbano, garantindo sustentabilidade, com a manutenção do ciclo hidrológico, e ao mesmo tempo, resiliência, para suportar enchentes ou secas e calor extremo.

Tudo isso para assegurar conforto e segurança para os futuros moradores, como explica o empresário Rudi Bayer. “O projeto foi elaborado a partir de uma visão de futuro, devido às mudanças climáticas, e de um histórico recorrente de chuvas, levando em conta questões como relevo e a presença do Rio Santa Luzia, que corta a área do empreendimento”.

Imagem em 3D do Reserva RoyalFuturos moradores do Reserva Royal contarão com sistemas sustentáveis que aproveitam o curso natural da água, evitando enchentes e suportando grande períodos de seca – Foto: Reprodução/ND

A água é o pivô importante do projeto. Por isso, inicialmente, foi realizada uma análise sobre o impacto do empreendimento no ciclo hidrológico da localidade.

A partir desse levantamento, a Geasa planejou como utilizar a implantação do empreendimento para amenizar o problema de escoamento da água das chuvas da cidade, achando uma solução inteligente e sustentável.

Superlago é o coração do projeto

O coração do projeto é um superlago e um parque, que formam a base dessa chamada Infraestrutura Verde. “Na verdade, a macrodrenagem é o conciliamento de soluções superficiais, subterrâneas, verticais e até de elevação mecânica. Agregadas, elas farão uma melhoria final”, destaca a engenheira da Verde & Azul Urbanismo, Franciele Zaremski.

Outro ponto do projeto é a ocupação de uma Área de Preservação Permanente (APP), que margeia do Rio Santa Luzia, para transformação em parque.

Imagem aérea do Reserva RoyalFocado na sustentabilidade, Reserva Royal fica em uma área de 4,3 milhões de m² – Foto: Reprodução/ND

O projeto prevê a preservação de 100 metros de área da margem do rio, totalizando 200 mil m² de área preservada ao longo de dois quilômetros de extensão.

Formado por um conjunto de estratégias, o projeto também pressupõe sempre a utilização de plantas nativas, pois um dos objetivos dessas soluções é a manutenção a biodiversidade.

Lançado em março de 2013, o Reserva Royal está em fase de implantação com obras de terraplanagem de uma área inicial de 400 mil metros quadrados.

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