Tartaruga de 24 anos com cicatriz de 1,5 metro causada por anzol passa por eutanásia em SC

Conforme o PMP-BS, que havia resgatado o animal em São Francisco do Sul, necropsia mostrou que lesão ocorreu por ingestão de apetrecho de pesca, composto também por fio de nylon.

Uma tartaruga-verde de 24 anos resgatada em São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, com quadro de infecção bacteriana irreversível, foi submetida a uma eutanásia. O procedimento ocorreu em fevereiro, mas só foi divulgado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) nesta semana.

Segundo o projeto, a necropsia identificou uma cicatriz de 1,5 metro no intestino do animal. A lesão foi causada por ingestão de apetrecho de pesca, composto por fragmento de anzol e fio de nylon, conforme o grupo.

O animal de 70 kg havia sido encontrado na Praia da Enseada, em 8 de fevereiro, por pessoas que passavam pelo local e acionaram a equipe da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univille.

A tartaruga foi, então, transportada até a unidade, onde o veterinário responsável constatou que o animal estava irresponsivo, sem reflexo ocular, mandibular e cloacal, e com os batimentos cardíacos irregulares.

Devido à gravidade do quadro, a equipe seguiu, no mesmo dia, com o protocolo de “eutanásia humanizada”, procedimento que ocorreu sem dor ou qualquer reação, segundo o PMP-BS.

Tartaruga-verde passou por necropsia após eutanásia em SC — Foto: PMP-BS/ Divulgação

Tartaruga-verde passou por necropsia após eutanásia em SC — Foto: PMP-BS/ Divulgação

Além da grave infecção bacteriana, o exame de necropsia revelou uma cicatriz linear na parte final do intestino, com pontos de ruptura e obstrução com necrose.

Conforme o projeto, toda a extensão da lesão foi causada por ingestão de apetrecho de pesca. O óbito é classificado como morte por interação antrópica quando tem relação com o ser humano.

Sobre a espécie

 

A tartaruga-verde é a espécie mais abundante do Litoral Norte de Santa Catarina, sendo a única tartaruga marinha que ocorre na Baía Babitonga, estuário que é considerado um relevante sítio de recrutamento para a espécie.

A maioria dos indivíduos da espécie encontrados na região, conforme o projeto, são jovens – com carapaça de 30 a 50 centímetros de comprimento.

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