Ame Jonatas: casal acusado de desviar dinheiro de campanha usou diversos endereços para fugir

O casal Aline e Renato Openkoski era considerado foragido das autoridades e foi preso escondido em imóvel nesta quarta-feira (22)

Há cerca de dois meses, a Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) Joinville foi acionada pelo Poder Judiciário para descobrir o paradeiro do casal da campanha Ame Jonatas, condenados por estelionato e apropriação indébita em outubro de 2022.

O casal Aline e Renato Openkoski era considerado foragido pelas autoridades. Segundo o delegado Rodrigo Maciel, eles mudaram de endereço por diversas vezes, mas acabaram presos nesta quarta-feira (22).

Casal foi preso escondido em imóvel

Os dois estavam escondidos em um imóvel no bairro Morro do Meio, onde foram detidos e encaminhados para o Presídio Regional de Joinville. Aline e Renato receberam penas que, somadas, chegam a 60 anos de prisão em regime fechado.

“Essa parte da investigação levou um tempo porque eles estavam tentando escapar a todo custo da prisão. Era uma sentença condenatória, por isso, a saída que eles tinham era tentar driblar a Justiça e a polícia o quanto pudessem. Eles tinham vários endereços de cadastro: em Balneário Camboriú, em Camboriú. A gente procurou eles  também em Barra velha na casa da mãe de um deles”, relembrou o delegado.

O advogado Emanuel Stopassola, que representa o casal, disse que “será defendido o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de provas e recursos inerentes”.

Ame Jonatas: veja linha cronológica do caso que mobilizou o Brasil

  • O pequeno Jonatas foi diagnosticado com AME (Atrofia Muscular Espinhal) em março de 2017. O tratamento é feito com medicamento importado dos Estados Unidos, no valor total de R$ 3 milhões.
  • Sem condições de arcar com as despesas, os pais lançaram a campanha que teve repercussão nacional. Em maio de 2017, o casal anunciou que havia conseguido o valor, mas continuaria a arrecadação para poder cobrir gastos com os equipamentos que mantinham o menino vivo em casa.
  •  Em janeiro de 2018, a Dpcami de Joinville começou a investigar a campanha “Ame Jonatas”. A apuração foi um pedido do Ministério Público de Santa Catarina, que recebeu informações de que os pais da criança estariam usando o dinheiro arrecadado para bancar luxos. A família negava qualquer irregularidade.
  • Em março de 2018, a Justiça bloqueou, de forma liminar, os valores levantados com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, e um veículo de R$ 140 mil que está em nome dos pais da criança. Na época, a família morava em Joinville.
  • No mesmo mês, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do casal Renato e Aline Openkoski. Na oportunidade, diversos produtos e roupas de marcas famosas foram apreendidos, bem como um veículo de luxo.
  • A Polícia Civil indicia os pais de menino ainda em 2018 por estelionato e apropriação indébita e submeteu o relatório final do inquérito ao Poder Judiciário e Ministério Público.
  • A criança morreu aos 5 anos em janeiro de 2022, vítima de uma parada cardíaca. Jonatas era portador de AME do tipo 1 e necessitava de cuidados especiais com a sua saúde.
  • Em outubro 2022, os pais do menino foram condenados a penas que, somadas, chegam a 60 anos de prisão em regime fechado pela prática dos crimes de estelionato e apropriação (art. 171 do CP e art. 89 da Lei n. 13.146/2015).
  • Além das penas privativas de liberdade, os réus foram condenados ao pagamento das custas processuais, bem como ao pagamento de indenização mínima no valor de R$ 178.176,25, que deverá ser remetido à vítima do crime de estelionato e à entidade social que atua nos cuidados e tratamento de crianças portadoras de AME. A sentença foi do juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, titular da 4ª Vara Criminal da comarca de Joinville.
  • Nesta quarta-feira (22), após exaustivo trabalho de inteligência, o casal Aline e Renato foi preso em Joinville, após fugirem de Balneário Camboriú, onde residiam. Eles estavam escondidos num imóvel no Morro do Meio.

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