Atleta de SC nada mais de 36km e se torna a primeira a percorrer o trajeto Costa Verde e Mar
O trajeto iniciou na praia do Araçá, em Porto Belo, às 3h30 da manhã e terminou na praia de Cabeçudas, em Itajaí; a atleta de SC contou detalhes de como foi a prova
Um sonho se tornou realidade para Sandra Koch, onde ela se tornou a primeira ultramaratonista a nadar os 36 km do trajeto Costa Verde e Mar. O feito histórico da atleta de SC aconteceu nesta segunda-feira (20).
O trajeto iniciou na praia do Araçá, em Porto Belo, às 3h30 da manhã e terminou na praia de Cabeçudas, em Itajaí, às 18h30. Ela nadou cerca de 15h horas.
Mas apesar de todo o treinamento de Sandra, a prova foi muito difícil por conta das condições climáticas. Segundo o fiscal da prova, Marcos Machado, ela enfrentou diversas correntezas.
“Ela tentou, bravamente, furar a corrente por mais de uma hora. O nado foi interrompido por orientação do seu treinador, Alexandre Kirilos, por questões de segurança”, explicou.
Mas nada foi capaz de desanimar a atleta. Ela conta que os obstáculos que enfrentou na prova deixam ela ainda mais feliz com o resultado.
“Meu dispositivo que marca as braçadas e quilômetros de nado travou em 42 km. Foram muito mais do que os 36 km previstos devido às correntes contrárias. Por isso estou muito feliz com o resultado. Comemoro com a equipe a superação desse dia longo e árduo” , explicou.
Atleta de SC nada por mais de 36 km
A Sandra detalhou como foram todas essas horas nadando sem parar. Segundo a atleta, depois dos primeiros 10 km nadando, tudo começa a fluir e até brincou que ao passar em Ilhota, deu vontade de parar e comer.
“Após 10km nadando (uma maratona), parece que tudo começa a fluir, ao passar pela praia da Ilhota me deu muita vontade de sair para comer uma Tainha Grelhada, como não era ainda a hora do almoço, resolvi continuar”, brincou.
Ela passou por diversas praias e a nadadora destacou as do Estaleirinho, Estaleiro e Taquaras. “Essa parte é muito linda, o mar estava calmo pude admirar cada cantinho”, conta.
A parte mais díficil para ela foi a parte da Ilha das Cabras. “Essa hora foi muito crítica, faltava muito ainda para chegar. As dores no corpo tomam conta, tive muita vontade de colocar meus pés em algum chão, a sensação de ficar mais de 7horas sem apoio nenhum, só flutuando, e de certo modo contraindo muitos músculos para permanecer na superfície da água”, detalha Sandra.
“Meus braços estavam bem, estava treinada para bem mais do que 20km, mas o que mais pegou foram as dores no quadril e o mal estar gastro-intestinal por ter ingerido água do mar provavelmente poluída”, explica.
Ela nadou até a Ilha das Cabras com muitas dificuldades, foram 5km duros para chegar e dar a volta na ilha foi mais um desafio. Segundo ela, o bote teve que se afastar por causa das pedras.
“Ao contornar (a ilha) me deparei com um vento leste batendo, o que fazia com que engolisse mais água. Passar pelo morro do Careca era mais um desafio”, detalhou.
Quando ela chegou na ponta da praia de Cabeçudas, Sandra conta que logo sentiu o Rio Itajaí-Açú. Nesse trajeto, ela enfrentou um ponto de junção da Maré Vazando e o rio da lateral e foram mais de uma hora tentando sair dessa situação.
“Naquele momento lembrei do meu grande objetivo que era me aliar à natureza e eu estava lutando contra. Perdi minha motivação mental, provavelmente eu iria gastar mais 1 a 2 horas para terminar os 800 metros que faltava”, explicou.
Mas apesar de faltar 800 metros, Sandra nadou mais por conta dos desvios durante a prova.
“A Costa Verde e Mar foi nadada, senti cada uma das 16 praias de perto, cada braçada minha tinha o propósito de tentar gerar a consciência que todos somos capazes de mudar a nossa história e mudar essa onda de destruição da natureza”, explicou.
“Nadei pelos Gaúchos, nadei por um mundo mais sustentável e regenerado”, concluiu Sandra.
(NDmais)