Pizza com ouro custa até R$ 350 em Balneário Camboriú
Sabor foi inspirado na carne com ouro consumida por jogadores do Catar na Copa do Mundo de 2022. Pizza criada em Santa Catarina é considerada a mais cara do Brasil pela Federação Brasileira de Mestres e Pizzaiolos.
Pepperoni, portuguesa, calabresa, muçarela e ouro: o que todas essas palavras têm em comum? São sabores de pizzas. Em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, dá para comer uma pizza com folhas de ouro 24 quilates.
💰Segundo a Federação Brasileira de Mestres e Pizzaiolos se trata da pizza mais cara do Brasil, comercializada por R$ 350 em seu tamanho médio. Para quem quiser gastar um pouco menos, é possível comprar a pequena por R$ 200.
🍕Mas não é só ouro que vai na receita, ela leva outros ingredientes caros, como filé mignon e trufa negra e os tradicionais queijo parmesão ralada e com a borda de catupiry, além de um molho bechamel.
As folhas de ouro podem ser encontradas entre R$ 120 e R$ 160. Mas elas não são o ingrediente mais caro da pizza, aponta a proprietária Luisa Rauber: as trufas negras custam em média R$ 150, em um pacote com apenas duas trufas, são R$ 75 por pizza.
A receita foi desenvolvida pelo dono da pizzaria e marido de Luisa, Everton Correa, inspirada na carne com ouro, que viralizou nas redes sociais em dezembro de 2022, após jogadores da seleção brasileira consumi-la em um restaurante durante a Copa do Mundo do Catar. Por isso, a pizza leva o nome da “Dubai brasileira”.
📱O sabor está no cardápio desde julho do ano passado, em homenagem ao aniversário da cidade. Mas não foi por acaso que ela viralizou nas redes sociais. Luisa explica que eles adotaram como estratégia de divulgação convidar influenciadores para conhecer a pizzaria e postarem vídeos comendo a “Dubai brasileira”.
Além disso, é criado um “clima” na hora de servir a pizza: os garçons – que normalmente vestem pijama para dar a sensação de estar em casa – usam uma roupa social. De fundo, é colocada a trilha da abertura da série “Game of Thrones” e a pizza chega em uma maleta espelhada por dentro e com nitrogênio líquido
O estabelecimento ele era um sonho para o casal, que está no ramo há 5 anos e começou apenas com delivery, usando a garagem de casa em uma ocupação, relata Luisa.
“A gente morava em uma região muito pobre, mal tinha água e gás. E aí as pessoas começaram a procurar a gente demais. Tivemos que mudar e abrir o espaço físico para conseguir atender”, comenta. “A gente nem podia contar para o cliente onde a gente estava, porque era um espaço de ocupação”, completa.
Pode comer ouro?
Luisa explica que o ouro não tem sabor, que é usado mais para decoração da pizza, mas que pode ser consumido.
Na época da Copa do Mundo, a nutricionista Juliana Watanabe explicou ao g1 que o ouro que costuma ser utilizado na alimentação geralmente é o de 23 ou de 24 quilates. O quilate é uma medida de pureza e o ouro 24 quilates é um ouro puro que não contém nenhum outro metal misturado.
Por isso, esse ouro comestível é bem diferente daquele utilizado em joias, que na maioria das vezes são menos puras.
No mesmo período, a nutricionista Lara Natacci, mestre e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), disse que justamente por causa disso a substância não é absorvida pelo corpo e, quando consumida esporadicamente e em baixa quantidade, não apresenta nenhum risco à saúde.
“Esse ouro não é metabolizado pelo organismo. Nosso corpo o elimina completamente. Não o absorve”, explicou.
“Mas não existe uma ingestão diária aceitável para o ouro, como existe para outros aditivos. O que se sabe através de poucos estudos é que não existe absorção no corpo, mas não dá para afirmar categoricamente que não vai ter nenhum efeito colateral”.
Dados sobre os níveis mais altos de ingestão e um consumo mais frequente, porém, ainda são incertos, devido à carência de estudos.
No Brasil, Anvisa disse ao g1, na época, que possui duas normas que abrangem o uso do ouro na alimentação:
- a resolução nº 387, de 5/08/1999 diz que o uso do ouro seja com a função de corante, para a superfície de confeitos e “na quantidade necessária para atingir o efeito tecnológico”;
- a resolução RDC 248, de 13/09/2005 permite que misturas à base de ouro sejam colocadas com a função tecnológica de “catalisar” a produção de óleos e gorduras.